UM CORAÇÃO SINTONIZADO
COM A VONTADE DO PAI
Maria Celeste era uma mulher que sabia ler os ‘sinais dos tempos’. Havia em seu interior uma sabedoria nascida da escuta atenta e amorosa da vontade do Pai. Contemplava nos acontecimentos da vida cotidiana os sinais da Trindade e respondia à sua vontade com um coração generoso e agradecido. Isso a tornava uma mulher sensível, de uma alma delicada e um coração sempre aberto e acolhedor dos caminhos por onde a Trindade a conduzia. Tantas vezes ‘as demoras’ de Deus a inquietavam muito. Tinha pressa e queria saber ou entender logo os desígnios da Trindade. Tantas vezes dizia sorrindo e olhando para o seu relógio: “o relógio de Deus está sempre atrasado em relação ao meu... eu quero uma resposta logo”. E acrescentava: “Ele é eternidade, eu vivo no tempo”, e sorria.
Maria Celeste permaneceu na Congregação das Cônegas de Santo Agostinho até 1945. Foram 13 anos intensamente vividos. Anos de buscas, de discernimento, à espera para que a Trindade lhe manifestasse sua vontade a respeito de sua vocação trinitária. Onde e como realizá-la. Em tudo se entregava confiante nas mãos da Providência e mantinha um coração agradecido e sempre aquecido por um grande amor que a movia: Glorificar a Santíssima Trindade em tudo e em todas as pessoas.
Reconhecia com carinho e gratidão o plano amoroso da Providência que quis utilizar-se da Congregação das Cônegas para prepará-la e conceder-lhe uma formação espiritual, intelectual e religiosa profundas, antes de ser instrumento da Trindade para a fundação da nova Congregação. Registra em seus escritos:
“... com o recuo do tempo, tudo entendo: a Santíssima Trindade queria que me beneficiasse da esmerada formação de tão benemérita Congregação para preparar-me já de longe à minha futura missão. Como minha tarefa está simplificada pelo rico patrimônio religioso e intelectual armazenado durante 13 anos que aí passei”
O “segredo de um grande amor” é buscar, ser e fazer o que o Amor da Trindade lhe pede. Perder-se na vontade de Deus Pai. Amar... Amar... Ser amor Dele.
(continua...)
“Se Deus me dá sede de sua presença
É porque pretende saciá-la”
(ir. Maria Celeste)