No barco, Maria Celeste (de boina branca)
junto com sua irmã Maria de Lourdes (de chapéu)
1933 VIAGEM PARA A BÉLGICA E INGRESSO NO CONVENTO
O destino final da viagem: Bélgica. Afinal chegou à Jupille, dia 11 de maio de 1933.
Maria Celeste contava com 18 anos quando ingressou no postulado da Congregação das Cônegas de Santo Agostinho. O tipo de Congregação, dedicada à Educação, não a atraia, mas foi a Congregação para a qual obteve licença paterna para ingressar, uma vez que sua irmã M. Aparecida era noviça nesta congregação. E onde sua irmã Maria de Lourdes também ingressou. Eram três irmãs, três Marias na mesma Congregação. E foi aí que fez todo o processo formativo para a Vida Consagrada até professar seus votos. Durante este tempo Celeste passou por momentos de crise e muitas dúvidas sobre o seu lugar na vida consagrada e o tipo de congregação. Sentia-se inquieta e, seu grande desejo era uma Congregação voltada para a Santíssima Trindade: em seu Carisma, Espiritualidade e Missão. Um sacerdote ao ouvi-la, ainda postulante, aconselhou-a a deixar a congregação e ingressar no Carmelo. Mas não era também o Carmelo que a atraia e preenchia seu coração sedento e apaixonado pela Trindade. Bem como seu desejo de anunciar a todas as pessoas que Deus Trindade habita seus corações.
Em Louvain Maria Celeste faz seus estudos Universitários e lá permaneceu até 1939. Apaixonou-se pelos estudos e nunca mais teve dificuldades sobre sua vocação, apesar de muitas vezes achar que estava perdendo tempo estudando discussões sobre datas prováveis da composição de tal Canção de Gesta medieval, memorizando as complicadas leis da fonética histórica quando havia tantas pessoas que necessitavam do apostolado, do anúncio da Palavra e do amor infinito da Trindade.
No último ano que passou em Louvain Nosso Senhor utilizou-se de sua Tese sobre Bourdalouve para colocá-la em contato com um Pe. Jesuíta de Enghien, Pe. Grausem, de cuja direção espiritual Maria Celeste beneficiou-se por algum tempo. O referido Jesuíta teria futuramente uma bela missão junto à nossa Congregação, revelando-nos a existência de Nossa Senhora da Santíssima Trindade[1] e presenteou Ir. Maria Celeste com uma imagem de Nossa Senhora.
Em 1940 Ir. Maria Celeste retorna ao Brasil. Inicia um longo caminho de discernimento e fidelidade na busca da vontade da Trindade sobre sua vida. A única certeza é sentir-se vocacionada a viver e anunciar o Mistério da Inabitação da Trindade Amada.
(Continua...)
[1] Ir. Maria Celeste conheceu um Santuário dedicado à Nossa Sra. da Santíssima Trindade, em Blois, na França. Aí sua devoção se propagou e hoje ela é bastante conhecida. Em nossos arquivos encontra-se um livrinho que relata todo o histórico e título desta devoção.