E A ESCOLHA DE UM CAMINHO
Maria Celeste decidiu abraçar a vida Religiosa aos 15 anos de idade, tão logo terminasse o ginásio. Ao comunicar sua decisão a seu pai, o mesmo, aborreceu-se, julgando-a demasiadamente jovem para tal decisão. Mas Celeste não volta atrás, está decidida e seu coração já pertence a Deus Trindade. Toma suas iniciativas e busca como e onde realizar sua “vocação trinitária” dentro da Vida Consagrada. Buscou conhecer congregações para responder ao chamado de Deus, ate pensou em se consagrar no Carmelo. O que sonhava não encontrou em nenhuma Congregação. Seu desejo era o carisma e espiritualidade trinitária com o qual seu coração ansiava e batia forte:
- “Eu estava já decidida a deixar o mundo e suas vaidades o mais depressa possível, pois via claramente que só o absoluto de Deus podia preencher minha vida. E, de outro lado tendo visitado congregações, convenci-me de que o ideal trinitário com o qual eu sonhava não existia em lugar nenhum”.
Quando ao amor da Trindade, talvez tenhamos a maior surpresa: “desde adolescente, ajudada pela leitura da mística francesa, Santa Elizabeth da Trindade, Carmelita de Dijon, Maria Celeste contradiz o senso comum e até especialistas da grandeza do Teólogo Karl Rahner, um dos mais marcantes do século XX. Rahner observou que o fato de Deus ser Trindade era tão pouco sentido na vida dos cristãos, a ponto de que, se um dia anunciasse que Deus não é Trindade, isso praticamente nada mudaria na espiritualidade cristã. E, no entanto, aqui está alguém que testemunha exatamente o contrário: Maria Celeste não se compreenderia sem a inabitação trintária, sem esse sol que iluminou dia e noite sua alma, esse oceano no qual cotidianamente se sentiu imersa”[1].
Após o término do ginásio, Maria Celeste passou um ano em casa sempre insistindo no seu projeto religioso. Finalmente seu pai consentiu com a condição da mesma fazer antes uma viagem para conhecer a Europa: Itália, França e Bélgica. O mesmo pensava que uma viagem para conhecer outros países, poderia mudar sua decisão. Mas nada disso aconteceu. Celeste não queria passear e conhecer outros lugares, mas responder de todo coração e realizar-se no chamado da Trindade.
[1] Comentário de Fr. Luiz Carlos Suzin na Apresentação do livro: O segredo de um grande amor. Editado por Paulinas, 2017, p. 10
(continua...)