Leigos Trinitários
Uma mensagem para as Servas e Leigos (as) Trinitários
(texto elaborado por Ir. Rosa M. Gomes e lido por Orminda, Leiga Trinitária, na celebração do dia 15/06/16)
“Minhas queridas filhas e filhos Servas da Santíssima Trindade, Leigos e Leigas Trinitários Daqui do seio de nossa Amada Trindade, com todas as irmãs que para aqui já partiram, me uno a vocês para celebrar os 70 anos de nossa Congregação.
Alegro-me em sentir a alegria que também está no coração de vocês.
Agradeço com vocês todas as maravilhas que a Trindade realizou em nossa congregação nesses 70 anos!
Vibro de alegria por tudo que foi vivenciado e realizado por todas as Servas de todos os tempos.
Comungo intensamente o desejo que está no coração de vocês de ver a Santíssima Trindade conhecida, adorada e reverenciada em cada ser humano e em toda a humanidade; o desejo de que a Congregação e os grupos de leigos se multipliquem e se espalhem por todos os lugares onde a Trindade precisa ser mais conhecida e amada e o ser humano e a vida, valorizados para a glória da Trindade.
O vinho que simboliza este momento seja partilhado nesta grande celebração. Que ele seja saboreado no júbilo, derramado na doação de suas vidas e partilhado com aqueles e aquelas que estão oprimidos e oprimidas por todo tipo de sofrimento. Que nesses 70 anos e nos próximos que virão, seja exaltada, amada e glorificada a Trindade Santa!”
VI ENCONTRO DAS COMUNIDADES TRINITÁRIAS
Santo Antônio de Jesus/ Bahia
Aconteceu de: 25 a 29 de maio de 2016, aconteceu o VI encontro de Comunidades de leigos e de Religiosas, na Comunidade N. Sra. das Mercês, e de 60 pessoas Santo Antônio de Jesus. Participaram mais de 60 pessoas e todos foram acolhidas nas famílias desta comunidade.
Ir. Helena T. Rech assessorou o tema: “Trindade Oleira de nossas vidas”
Segue uma parte de sua reflexão:
Jr 18, 1-6
A PALAVRA de Deus nos coloca em movimento: LEVANTAR, DESCER, entrar na CASA, contemplar o OLEIRO trabalhando o BARRO no TORNO.
A Palavra do Pai é o Filho Encarnado que desceu e se fez húmus no ventre de Maria. O oleiro que modela este húmus à sua imagem e semelhança é o Pai, no SOPRO e no calor do amor da RUAH.
As Três Pessoas Divinas são Oleiras e co-criadoras:
O PAI - origem, fonte, entranhas maternas (=rahamin) que gera e regenera o húmus. A Torá diz que Deus liberta, “modela” seu povo com “mão forte e braço estendido” (Dt 26,8): assim como a parteira que com braços estendidos e suas mãos fortes retira a criança da estreiteza do útero, Ele faz seu povo nascer de novo, libertando-o da “estreiteza” do Egito. Com toques de amor e misericórdia, o PAI restaura a vida do povo, à semelhança do Oleiro que refaz o vaso quebrado ser um vaso novo (Jr 18, 6). Como o oleiro, o Pai nos recria continuamente nossa vida, nossa Casa Comum e o universo. Nada é desperdiçado. Suas mãos de artesão não joga fora nenhum pedaço de nossa vida machucada, despedaçada; suas mãos carinhosas restauram, recriam um vaso novo, um desenho original que nos foi dado viver. Ele traz tatuado na palma de sua mão o desenho original de nossa vida. Suas “entranhas” maternas guardam nossa matriz.
O FILHO - com o “toque” de suas mãos reconstrói a dignidade de tantas vidas quebradas, caídas, mortas, possuídas... refaz, restaura, reconstrói com o “toque” de suas mãos, de seu olhar, de sua palavra, de sua presença.
Próximo ao Templo está um cego que mendiga uma esmola (Jo 9, 1-41). Sentado, imóvel, não pode se movimentar sem ajuda de outros. É um ser humano quebrado em sua dignidade; se mobilidade e liberdade. Jesus em sua misericórdia vê este pobre húmus e se compadece. Chega perto, cria proximidade e quer reconstruí-lo por inteiro. Destravar o humano que está imóvel, cego, sem liberdade. Jesus repete o gesto CRIADOR: mistura terra com saliva, simbolizando a criação – o composto terra-carne e saliva-Espírito.
Ao amassar o barro Ele prolonga o sexto dia da Criação. Seu gesto de “ungir os olhos com barro” Jesus re-cria o homem, reconstrói o “vaso quebrado”.
O cego revela sua nova identidade de ser humano reconstruído pelo ESPÍRITO:
UNGIDO pelo ESPÍRITO – o cego encontrou-se a si mesmo e afirma diante das autoridades sua identidade: “sou eu”. Ele quer que os outros saibam e vejam o que foi realizado nele pelo Espírito de Jesus. O Espírito o capacita para desatar todas as suas possibilidades de ser humano.
Aqui está a Trindade Oleira, criadora de nossas vidas, do simples Húmus que sou.
Não podemos sufocar a vida, é preciso CUIDAR com ternura e entranhas maternas. Conservar a leveza e a luminosidade de nossa FONTE-MÃE.
CULTIVAR e ter consciência de nossa fragilidade de argila, para que o sopro da Ruah não encontre em nós resistências e possa nos modelar continuamente para sermos um vaso novo, para que nossa presença no mundo seja banhada de luz, à imagem da Trindade Criadora. É o amor que reconstrói a vida.
Portanto, “A criação não é só criada; é co-criadora, geradora de vida, pois cria, protege, sustenta... Ela prolonga e participa do ato criador de Deus Trindade, pois em tudo encontramos “faíscas” de misericórdia”. (Pe. Adroaldo)
O Espírito vem ordenar o caos. O nosso caos interior. O caos das nossas relações fragilizadas, quebradas, mesquinhas e pobres. O Espírito vem dar vida e recriar os “ossos ressequidos”; vem dar-lhe músculos, nervos, carne, forma humana, colocá-los de pé, em movimento (cf. Ez 36,). A vida é movimento. O que está estagnado é morto.
O Espírito age de modo silencioso, mas com extraordinária eficácia. Seu sopro penetra nossos corpos, dando-nos sua própria respiração, modelando nossa interioridade a imagem do Pai amoroso e do Filho amado. Sem o sopro o barro não tem vida. Todo o universo, cada ser vivente, mesmo o mais pequenino, está impregnado do sopro da Ruah que lhe infunde a partir de dentro a VIDA.
Nós somos barro ou húmus nas mãos da Trindade Oleira. Como imagem e semelhança somos também oleiras/os co-criadores nesta grande “Comunidade de Vida”, nossa “Casa Comum”. Há muito barro sem o sopro e nós podemos ser um fiozinho deste “sopro vivificante da Trindade”. No discipulado de Jesus, somos aprendizes com Ele e junto a Ele. Como o toque e a Palavra de Jesus curou tanto barro ressequido, com Ele podemos também ser oleiras/os da vida.
Histórico das comunidades dos Leigos e leigas trinitários/as
segundo o sonho de nossa Fundadora
Brasileira, paulista, família de dez irmãos, sendo três religiosas.
Mulher apaixonada pela SSma. Trindade desde sua infância; muito corajosa, inteligente, dinâmica, de intensa intimidade com as Pessoas Divinas presente no seu coração! Grande sensibilidade e valorização da pessoa humana por ser templo vivo da Trindade!
“A SSma. Trindade é o grande amor que dominou toda minha vida”
Ir. Maria Celeste Ferreira
Nossa Fundadora, Ir. Maria Celeste Ferreira, traduzia em seus gestos, palavras e ações seu grande amor à SSma. Trindade. A pessoa dela era notoriamente tomada pela Presença das Pessoas Divinas. Segundo seu próprio testemunho, “a SSma. Trindade foi o grande amor que dominou toda a sua vida”, desde a juventude. À luz do Espírito Santo, vivia em estado de discernimento para sincronizar cada momento de sua existência à Vontade de Deus.
Testemunhamos no dia a dia o seu jeito singular de vivenciar seu amor oferente à Trindade Santa: adorar, conviver com Deus Pai, Filho e Espírito Santo, presente e atuante em nós, e anunciar pelas atitudes, palavras e amor serviço, que somos filhos e filhas de Deus Pai-Mãe, em Jesus nosso irmão Redentor, na assistência amorosa e solidária do Santo Espírito. (cf.Constituições,1) Seu coração seduzido pelo Amor Maior, nos ajudava a ver duas fortes vertentes: centrada na Trindade Fonte original, e pés fincados na realidade, lugar teológico, onde interpretava constantemente os sinais dos tempos. Esta forte experiência espiritual, herdamos como Carisma, dom que Deus dá a sua Igreja e ao Reino anunciado por Jesus.